«Os números ainda não são oficiais. As autoridades ainda não deram informações, no entanto, esta é a informação que dispomos. Já entraram no hospital pelo menos 10 mortos e 150 feridos. É muito provável que o número de feridos aumente. Há muitas pessoas que ainda não chegaram ao hospital porque as deslocações, mesmo de carro, são difíceis», contou.
Um outro jornalista do mesmo jornal explicou que a «situação já está mais calma» e que agora é tempo de «contar os estragos».
Eram 16:00 da tarde (15:00 em Lisboa) quando se ouviu uma explosão em Maputo. Tinha havido um acidente no paiol das Forças Armadas de Moçambique, o principal na capital do país, que fica no bairro de Malhazine, à saída de cidade.
«Pior que um terramoto
Filipa Simões é portuguesa e trabalha há quatro anos em Moçambique. A responsável financeira de uma empresa na aérea da construção civil contou ao PortugalDiário como tudo aconteceu. «Estávamos no escritório e começamos a ouvir os estrondos. De início não ligamos muito porque é normal haver algumas explosões em dias de muito calor».
A empresa fica nas imediações do paiol. «De repente, houve um grande estrondo e tudo abanou. Saímos para a rua mas era pior porque a onda de choque fez tudo abanar e partiu todos os vidros. Foi pior que um terramoto», contou Filipa.
No total diz ter ouvido cinco grandes explosões. A situação na avenida principal ficou caótica. «O pânico foi muito grande, ficámos sem saber o que fazer. As pessoas não sabiam para onde ir. Quando cheguei à avenida ainda vi objectos a cair», adiantou.
Projéctil no quintal
A explosão no paiol provocou danos numa extensão de vários quilómetros. «As zonas longe acabam por ser as mais danificadas devido a projecção de munições. Muitas atingiram bairros e por isso é dicificil saber os verdadeiros estragos. Ainda agora me contavam que uma pessoa está em pânico porque tem um projéctil de um metro no quintal. Pode explodir a qualquer momento», adiantou Atanásio Dimas.
Filipa Simões contou também que teve conhecimento de pelo menos duas casas que «foram abaixo» com a «chuva de munições». Dois pessoas terão morrido.
As causas das explosões ainda estão por apurar, no entanto, os 35 graus registados e o mau acondicionamento das munições surgem como os motivos mais prováveis para a tragédia.
Segundo a Lusa, as explosões não afectaram nenhum cidadão português, assegurou o cônsul de Portugal em Maputo, Eduardo Oliveira. Já Cavaco Silva, enviou hoje uma mensagem ao seu homólogo de Moçambique para manifestar o seu «profundo pesar e solidariedade» devido às explosões registadas em Maputo.
in Portugal Diário
(Filipa Simões fez o contacto 6 e foi minha companheira de casa durante o mês de Fevereiro)
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